sexta-feira, 25 de julho de 2014

Recuperação da Estação Ferroviária de São Manuel - Recuperação do telhado dos Armazéns


Tesouras de madeira
Detalhes dos encaixes do beiral

Nova Paulista - Documentario Subsolos de Sonia Guggisberg.


Curta documentário de Sonia Guggisberg
Um projeto urbanístico abaixo da Av. Paulista? o curta documentário trata sobre a obra interrompida no anos 70 abaixo da avenida. O documentário conta com depoimentos de Boris Casoy (porta voz do prefeito na época), do arquiteto Nadir Mezerani, do urbanista Celso Franco, entre outros.
Ficha técnica
direção e concepção: Sonia Guggisberg
montagem: Marcus Bastos
colorização: Rafael Campos
som: Daniel Brandão e Daniel Turini
câmera e iluminação: cinemalink, Marcus Bastos e Sonia Guggisberg
depoimentos: Boris Casoy, Celso Franco, j.f. Figueiredo Ferraz, Jorge Cartaxo, Julio Cesar Araujo, Mino Carta, Nadir Mezerani, Noenio Spinola, Tarcisio Holanda.
Link para o documentario:  www.vimeo.com/99597231

segunda-feira, 21 de julho de 2014

QUADRAS METROPOLITANAS



Inicialmente, há duas décadas, a Quadra Metropolitana foi pensada para a Metrópole paulista, entretanto, hoje, certamente se aplica a todas as cidades em processo de necessário crescimento vertical. Vale ressaltar que esta proposta não está atrelada as premissas atuais contidas no novo Plano Diretor para a cidade de São Paulo, pois este se apoia em adensamentos vinculados a corredores de transporte e tradicionais lotes urbanos.



Proposta:

O equilíbrio do ambiente construído da maioria das metrópoles contemporâneas, desde o século XIX, a partir da revolução industrial e da eclosão demográfica, está comprometido.

Hoje as cidades crescem verticalmente no território original de seu uso horizontal, reservando os caminhos da acessibilidade em sua maior extensão ao veiculo individual.  As ruas precisam ser alteradas à circulação de coletivos e suas quadras urbanas requerem verticalização.

A estrutura de nossas cidades tem na quadra, repartida em lotes, seu elemento “DNA”. A ocupação desordenada da cidade de São Paulo no processo de metropolização, desenha uma paisagem desoladora para seus habitantes e cria situações de difícil controle em termos administrativos, com o mal aproveitamento das áreas centrais com infraestrutura completa instalada e com proliferação de bairros, ocupações desordenadas em seu perímetro, com os custos do transporte de milhões de pessoas que nela circulam todos os dias. Resulta no aumento exponencial dos custos de urbanização.

Há tempo, formulamos proposta de "Quadra Metropolitana": uma verticalização de edifício único, sob potencial construtivo compensatório a todas edificações horizontais herdadas nos módulos de quadras urbanas. Garante-se assim a substituição de lotes urbanos por “lote único”. Atende-se de forma urbanística coerente as necessidades urbanísticas de interesses sociais, públicos e privados.

A proposta que apresentamos tem por principio o caráter regenerador de estancar este movimento que corrompe e enfeia a cidade e contribui para uma discussão critica sobre a revisão do uso da quadra urbana, com reorganização fundiária. Quadra urbana edificada com residência, sobrados e prédios, “amarrados” a lotes e legislações de recuo, resultam em sua maioria em “ambientes” caóticos, insalubres e poluídos. Para tanto é necessário recorrer a algumas premissas básicas como a indispensável contribuição de propostas especificas, intervenções pontuais, por bairro, por quarteirão, por quadra sem prejuízo dos planos globais; um direcionamento de leitura da cidade. O enfoque que se propõe para a análise dessas premissas é que a recuperação do espaço urbano local, pelo redesenho do uso das quadras, é o processo necessário para a valorização da qualidade ambiental, através dos referenciais de identificação espacial que criam ampliando (e mesmo fazendo surgir, se inexistente) um conceito, um sentido de comunidade, essências, para formação de uma visão mais consciente e participativa das pessoas que ali convive.




A transformação básica das quadras é sua verticalização radical, com a plena concordância dos proprietários dos lotes que a constituem, convencidos dos benefícios comuns a todos, eles e a cidade, que tal operação encerra. Deverá constituir-se em modelo de uma nova “cidade urbana”, a quadra, em detrimento do lote convencional, numa crítica a uma estrutura fundiária que tornou-se incompatível com o estabelecimento de padrões urbanos que atendam ao ritmo do crescimento atual, em qualquer dos enfoques de necessidades que se queira tomar e em especial, o meio ambiente.

A possibilidade de uma nova forma de articulação do espaço urbano, com modelos pensados a partir da quadra e não do lote, deverá se ajustar gradativamente a legislação de uso do solo existente, através de compensações de índices urbanísticos que venham a possibilitar a formação de grandes edifícios estendendo-se os valores de “parceria” pública para dentro da quadra, com destinação voltada para usos diversificados. Adensamento vertical orientado que contempla: habitações e serviços conjugados; áreas verdes de permeabilidade do solo, passeios extensivos aos habituais; ambiente construído sustentável que garante vazios significativos entre edifícios.   

Esse desenho urbano revigorado abre espaço para um novo modelo de arquitetura, de expressão tanto mais forte quanto mais compatível à paisagem ao redor, harmonizando-se com as áreas verdes resultantes dos enxugamento das antigas edificações, e que representam uma nova direção, essencial, para a relação entre a cidade e seus habitantes.

A responsabilidade dos arquitetos e urbanistas nunca foi tão exigida no momento em que as cidades – e a nossa em especial – parecem desumanizar-se de forma irreversível.

Exercício em desenhos e cálculos anexos simulam o conceito acima. Três quadras urbanas entre a Av. Rebouças e Rua dos Pinheiros, uma quadra sob recente implantação de Estação de METRO, em edifício descontextualizado até sem recuo frontal (ver: nadirmezerani.blogspot.com), e outra que recompõe Quadra Metropolitana nas edificações horizontais existentes. A simulação resulta composição de Quadras com extenso “vazio urbanizado” em ambiente equilibrado na transição à Zona 1 dos Jardins, faceando o outro lado da Av. Rebouças.

Desenhos de três Quadras implantadas no modelo eletrônico do Google materializam o projeto e seus diferentes ambientes.



Arquitetos Nadir Mezerani e Celso Franco